Paralisado pela lua do leste
erguendo-se altiva no horizonte,
doces emoções ancestrais
vibraram em meus ossos
sacudindo o meu corpo
sem estremecimento algum.
Olhar vidrado, lágrimas nos olhos.
Como se um amor à milênios perdido
entrasse pela porta de repente.
Essa lua e nuvens do oriente
é o pedaço de espelho
que reflete a porção
mais real do meu devir,
sempre inacessível.
Eu sou o leste, o céu...
o que é vivo e morto... as estrelas e a lua...
o vento que me refresca a face.
Essa é uma lembrança e nada mais.
Foi meu coração que disse
entre uma respiração e outra,
forte o suficiente para abalar o meu mundo,
muito curto para se enraizar em minha alma.
Sorrio triste como um fantasma
que vive entre fantasmas.
Sorrio... e olho o mundo
dessa noite sem fim.