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  • Foto do escritorClaudemir Silva

A canção da luz com a noite


Paralisado pela lua do leste

erguendo-se altiva no horizonte,

doces emoções ancestrais

vibraram em meus ossos

sacudindo o meu corpo

sem estremecimento algum.

Olhar vidrado, lágrimas nos olhos.

Como se um amor à milênios perdido

entrasse pela porta de repente.

Essa lua e nuvens do oriente

é o pedaço de espelho

que reflete a porção

mais real do meu devir,

sempre inacessível.

Eu sou o leste, o céu...

o que é vivo e morto... as estrelas e a lua...

o vento que me refresca a face.

Essa é uma lembrança e nada mais.

Foi meu coração que disse

entre uma respiração e outra,

forte o suficiente para abalar o meu mundo,

muito curto para se enraizar em minha alma.

Sorrio triste como um fantasma

que vive entre fantasmas.

Sorrio... e olho o mundo

dessa noite sem fim.

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